Fora de série! Emocionante, muito divertido, surpreendente… foi um pouco do que ouvimos após a apresentação do nosso projeto de basquete dos ratos.
Várias pessoas prestigiaram o evento, incluindo professores, amigos, adultos e crianças. O olhar de curiosidade em vários rostos e a alegria em assistir as partidas, torcendo por um dos ratinhos em quadra, sem dúvida reforçaram os ânimos de todos os alunos e professores que organizaram esse projeto de extensão. Foi incrível ver o envolvimento dos garotos com o ratinho escolhido para torcer, sofrendo com os pontos do rato adversário e vibrando a cada cesta a favor de seu pequeno “herói”.
Eu me acomodei por alguns minutos no fundo da sala, deixei a câmera fotográfica de lado e apenas observei a reação do público. Fiquei refletindo sobre o que aquelas pessoas, que talvez nunca tenham visto pessoalmente um rato Wistar, estariam pensando enquanto viam o Elvis ou o Albert numa disputa acirrada para ver qual faria mais cestas em cinco minutos. Se até para outros professores e alunos de psicologia essa história soava inusitada, como reagiriam aquelas pessoas completamente leigas sobre os conhecimentos da Análise Experimental do Comportamento?
Essa resposta veio nos últimos dez segundos de jogo, quando Albert empatou o placar estabelecido pelo Elvis, em 35 a 35. Todos começaram a gritar e a incentivar – contra e a favor – enquanto o ratinho terminava com o seu pedacinho de cereal. A cinco segundos do final Albert partiu para a bola e eu vi todos os presentes se levantando em direção à “quadra” de jogo, gritando, vibrando, gesticulando. E ele fez a cesta no último segundo do tempo cronometrado! Vitória emocionante por 36 a 35!
Admito que eu só vi algo parecido em partida de futebol valendo final de campeonato. Assim que todos se sentaram e voltaram a respirar, excitados com o desfecho da disputa, percebi que um de nossos objetivos foi alcançado. E foram dois ratinhos de laboratório bem treinados que proporcionaram todo esse show!
Voltei a registrar algumas fotos com um sorriso no rosto. A próxima partida, entre Keller e Scheetos, teve uma disputa rolando para valer dentro da quadra, mano a mano. E então houve mais um momento que me chamou a atenção: um aluno que passava em frente à porta da sala, provavelmente desavisado com o que estava acontecendo ali no prédio da pós-graduação àquela hora da tarde, entrou para matar sua curiosidade. Me impressionou a sua expressão. Ele parecia totalmente absorvido pelo o que ocorria dentro daquela caixa de acrílico transparente. Acredito que sequer ouviu o prof. Bruno oferecendo uma cadeira para que ele se acomodasse. Não, ele permaneceu estático na mesma posição desde o momento que entrou na sala, sem piscar os olhos!
Mesmo com o início difícil do projeto e os percalços que encontramos durante os treinamentos, a aparência inocente dessa “brincadeira” que mostramos ao público não reflete a importância que esse dia teve para nós que participamos do projeto. O reforço para nosso comportamento de treinar os ratos veio com atraso, mas com muita intensidade. Agora nos resta voltar à preparação da trupe para que no ano que vem tenhamos um time completo de ratos jogadores de basquete. E que venham novos campeonatos!
Parabéns a todos nós!
Seguem as fotos: